domingo, 8 de dezembro de 2019

Anatomia e teologia de um vilipêndio



Anatomia e teologia de um vilipêndio

João Galilei

            1 – Introdução

            O tema está restrito e consonante com o drama que vem sofrendo o casal Clara Maria Dick Peixoto e Francisco José Lins Peixoto ao tentar tomar posse da herança que lhe coube, oriunda do inventário da mãe do Francisco, Olívia de Albuquerque Lins Peixoto.
            A parte do casal se refere a uma gleba de terra de cerca de 1,5hec, limitada pela Rua Joana Rodrigue da Silva e pela Rua Triunfo, no bairro do Jacintinho, Maceió/AL, conforme está descrito na Bibliografia 1. Nessas ruas existem pequenas casas de aluguel, que foram construídas há muito tempo atrás pelo pai do Francisco, Ephigênio Peixoto, e que resistiram ao tempo.
            Apesar de não haver problema algum com a documentação, pois o inventário de Ephigênio Peixoto iniciado em 1982 e concluído em1984, sem percalços, e igualmente foi o inventário de Olívia de Albuquerque Lins Peixoto, iniciado em 1995 e concluído em 1997 também sem atropelos.
            Até hoje, 05/12/19, não se conseguiu a posse de quatro desses imóveis, cujos processos judiciais encontram-se detalhadamente descritos na Bibliografia 2.

            2 – Tabus

            Como a maioria das casas de aluguel no Brasil foram de proprietários que não adquiriram uma prática profissional do negócio, aliando-o a uma prestação de serviço que fosse útil e vantajosa para a sociedade, estabeleceu-se o preconceito de que as casas de aluguel seriam sempre prejudiciais aos inquilinos, e seus proprietários vistos como pessoas inconvenientes,

            3 – Conceito econômico

            É comum ajuizar-se que uma pessoa que possui uma casa e adquire outras ao longo do tempo, para ter uma renda extra com os aluguéis, como sendo uma pessoa avarenta.
            Admitindo como correta essa avaliação, resta a aceitação de que a sociedade perfeita constará de cada um tendo apenas o que lhe for necessário para sobreviver. Nesse caso, onde caberia a iniciativa empresarial? Ou seja, de qualquer maneira teria que haver quem produzisse o pão, os remédios, os diversos meios de transporte e de comunicação etc.
            A conclusão seria que se deverá ter uma nova organização social, que não será a que temos atualmente no Brasil.
            Esse tema serve muito bem aos aproveitadores, geralmente formadores de opinião, como, por exemplo, os clérigos e os políticos. Uma pessoa atenta percebe isso em algumas entrelinhas, Por exemplo, o cantor, compositor e humorista Juca Chaves estava fazendo uma apresentação numa emissora de televisão católica, quando inesperadamente fez um comentário: “Parece que Deus gosta muito de pobre!”, após uma propaganda incentivando a arrecadação de bens para serem doados. Percebi que ele nunca mais foi convidado para shows nessa TV.
            Sabe-se que as secas no Nordeste, particularmente no Estado do Ceará, sempre foram um manancial para o aproveitamento de muitos.
            Certa vez, um político fez um discurso enaltecendo a ampliação do número de portadores de deficiência no Estado de Alagoas para 16% da população. Resta dizer que esse político sempre foi reeleito graças ao apoio dado por esses portadores de deficiência e pelos seus familiares.
            É inegável que é uma virtude o fato de se ajudar os famintos, doentes e excluídos, porém deve-se estar alerta para saber se esses “virtuosos do bem” também se esforçam para diminuir o número desses desvalidos. Um exemplo dessa assertiva é lembrar que ainda não surgiu um programa amplo e completo de Planejamento Familiar e Controle da Natalidade no Brasil, nem é incentivado pela organização dos clérigos, dos políticos ou do Crime Organizado. Nesse particular, podemos lembrar uma máxima de Karl Marx: “Exército de mão de obra de reserva”. Quem estimula o nascimento inadequado, arbitrário, não deixa de estimular o exército que vai abastecer soldados para o crime e para a mão-de-obra barata.
            Em suma, os pobres sempre os teremos (Jo 12, 8), mas isso não significa que devemos produzi-los propositadamente, e muito menos, numa quantidade avassaladora.

            4 – Conceito teológico

            Consultando-se João 12,1-8, pode-se ver que Cristo deixou clara essa idéia exposta no item anterior.
            Em Mt 19,16-21 pode-se ler: “Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, e vem vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu, e vem, e segue-me”. Ora, Cristo não disse que todos devem obrigatoriamente fazer isso. Obrigatório, para todos, é cumprir os mandamentos, porque Cristo sabe que nem todos os seres humanos tem a mesma capacidade de atingir a perfeição.
            De forma absurda, os clérigos obrigam os seus seguidores a praticar o celibato, enquanto Cristo explica em Mt 19,10-12 que isso só pode ser espontâneo: “Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do Reino dos Céus. Quem pode receber isto, receba-o”.

            5 – Conceito de droga

            A droga é qualquer substância que, ao ser assimilada pelo organismo humano, pode modificar perceptivelmente o comportamento da pessoa ou do seu organismo, expondo-a ao risco de se tornar dependente do seu consumo. Conforme essa definição, as bebidas alcoólicas assim como o cigarro comum são também drogas. Apesar disso, as bebidas alcoólicas, principalmente as cervejas, são consumidas em larga escala e tem o seu incentivo em propagandas veiculadas por emissoras de TV. Nos E.U.A., essas bebidas não podem ser consumidas em público, para preservar as crianças dessa cena deprimente, enquanto no nosso País isso pode ser feito em via pública.
            Aliando-se o consumo de drogas à lei de que menores de 18 anos não podem ser responsabilizados por seus crimes, abre-se uma porta larga para que muitos menores pratiquem crimes a serviço de outros adultos. Como a droga, uma vez instalada no organismo humano, produz o efeito de dependência, que é um desejo compulsivo, avassalador e permanente, de consumo de drogas, debilitando todo e qualquer desejo de possuir uma autoestima, acaba por facilitar, soberbamente, a manipulação desse jovem por profissionais do crime.

            6 – Moto Perpétuo

            Estamos definindo Moto Perpétuo como uma ação que, ao ser posta em prática, tem a força de produzir outra ação que se repete sempre, transformando-se num verdadeiro ciclo vicioso interminável, o qual pode causar prejuízos constantes a outros. Por exemplo, uma obra é contratada com uma firma que faz o projeto e executa a obra sob seu controle, inclusive decide sobe as opções e estratégias da construção, mas recebe os pagamentos do seu trabalho mediante a porcentagem de 10% do custo total de cada etapa da obra. Ora, conclui-se que quanto mais cara for a obra, maior será o lucro da construtora, deixando o dono da obra desprotegido quanto a poder exercer sua influência sobre possíveis opções mais econômicas (Ver Bibliografia 3).

            7 – Conclusão

            A descrição do nosso problema, que pode ser um problema também de muitos brasileiros, requer a compreensão de todos os conceitos enumerados acima, pois eles são ingredientes compulsórios de todo o processo.
            A pessoa do dependente químico torna-se muito importante para causar transtornos de todos os tipos a outras pessoas, sobretudo quando se trata de pessoa de menor idade. A Bibliografia 4 mostra um pouco do que sofremos ao longo dos anos, desde o ano de 2001. São cerca de 1.450 fotos, documentando muitas das agressões ao nosso patrimônio e às nossas próprias vidas. Alguns desses agressores são parentes de conhecidos nossos e até de inquilinos.
Os conceitos polêmicos de riqueza e pobreza, aliados aos conceitos teológicos, todos dependentes de quem os usa, ajuda a manter uma relação de hostilidade ou desaprovação ao fato de sermos proprietários dessa área de terra e dos imóveis de aluguel em volta do sítio. Por exemplo, retiramos muito lixo, plantamos algumas árvores frutíferas, conservamos as árvores já existentes, assim como a vegetação nativa. Recolhemos habitualmente as frutas e produzimos flaus, doces e polpas, que tem uma regular aceitação por parte da população. Quanto aos imóveis, melhoramos o conforto na habitação ao colocar cerâmicas nos pisos e paredes, portas e janelas novas, quintais para arejarem os cômodos da residência etc.
Um outro problema se refere à tendência dos nossos esforços para liberar áreas que estão sob o domínio de inquilinos, que se arvoraram com o direito de adquirir essas áreas através de processos de usucapião, serem dissipados pela pesada burocracia dos trâmites judiciais (Ver Bibliografia 2), transformando-se em verdadeiras “Vitórias de Pirro”.
A burocracia passa a ser um instrumento que pode ser utilizado para o bem ou para o mal, no último caso os recursos protelatórios são os mais comuns, transformando-se num verdadeiro “Moto Perpétuo”.

Observação: Lembramos aos leitores que a consulta bibliográfica, como sugerida a seguir, não se processa de forma simples e automática: uma das alternativas que sugerimos é tentar o site mais antigo, ou seja o correspondente à Bibliografia 1, e em seguida clicar sobre a minha fotografia para abrir a página do perfil completo do autor, que vai aparecer com uma foto do autor e todos os 9 sites elencados ao lado da foto, nesse caso é só clicar sobre o site desejado para abri-lo rapidamente.

Bibliografia

1 – MEMORIAL DE EPHIGÊNIO PEIXOTO – Postagem de Abril de 2013 no www.repolitica.blogspot.com
2 – Processos do Memorial – Postagem de Julho de 2019 no www.processosdomemorial.blogspot.com
3 – Revista Spiegel – 38/1978, pág. 129.
4 – Galeria de fotos do Memorial – Agressões 2001 no www.memorialdeolivia.blogspot.com

5 – Anatomia e Teologia de um vilipêndio – Postagem de Dezembro de 2019 no www.processosdomemorial.blogspot.com